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Resenha | A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard

19:00Ayllana Ferreira

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FICHA TÉCNICA

Nome: A Rainha Vermelha
Autora: Victoria Aveyard
Páginas: 422
Gênero: Distopia | Fantasia | Romance
Ano: 2015
Editora: Seguinte
Sinopse: O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe — e Mare contra seu próprio coração.




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Hoje completa uma semana que terminei de ler “A Rainha Vermelha”, e sendo bem sincera, ainda não sei o que achei. Contudo, uma semana é o máximo de tempo que me permito enrolar para tirar minhas conclusões, e filosofar sobre o que li, uma vez que a partir daí, detalhes da obra começam a desaparecer da minha mente, e pontos que considero como importantes passam a ser esquecidos.

De todas as resenhas que já fiz para o blog, inquestionavelmente, esta está sendo uma das mais difíceis. Ao mesmo tempo em que acho que a produção foi incrível e fascinante, também foi cansativa e previsível. Posto tudo isso, decidi criar um post analisando pontos isolados da narrativa, para que ao final, você, querido leitor, seja capaz de julgar se vale a pena ou não investir seu tempo.


QUANTO À HISTÓRIA

“A Rainha Vermelha” foi o livro de estreia da autora Victoria Aveyard. Publicado em 2015, retrata um universo distópico em que a sociedade é dividida com relação à cor de seu sangue. As pessoas de sangue prateado –Os Prateados – são a elite por nascença. Curtem da boa vida, são repletos de privilégios e fazem parte da Nobreza – o sistema de Governo que rege o universo da obra é a Monarquia. E o que os torna tudo isso são os seus poderes. Isso mesmo, você ouviu certo! Os Prateados são seres com habilidades especiais, como controlar o fogo ou até mesmo controlar pessoas.

Em contraponto, os Vermelhos – pessoas de sangue vermelho – são tratados como escravos. Eles trabalham muito, vivem na extrema miséria, privados até mesmo de luz elétrica. São camponeses que não possuem poderes e nem treinamento, sendo obrigados a lutar as lutas dos Prateados, e “se tornarem bola de canhão” para uma Guerra infinita entre a elite por mais poder – quando digo poder agora, me refiro a aquisições, e não habilidades especiais.

A história em si de “A Rainha Vermelha” é muito interessante, uma sociedade divida por habilidades especiais é bem diferente de tudo aquilo que encontramos nos livros do gênero. Contudo, o estilo de Opressor x Vítima é clichê demais. Para aqueles que já leram Jogos Vorazes, provavelmente vocês sentiram certa semelhança com a história deste, uma vez que os prateados se assemelham as pessoas da capital, enquanto os Vermelhos aos Distritos. Para tornar tudo ainda mais clichê, a protagonista da obra é uma oprimida que se torna opressora para salvar sua família. Katniss demais para mim. Para ficar mais parecido, só falta aparecer o Peeta da garota. E não é que ele parece? Contudo, são cenas para o próximo tópico.

Voltando ao foco, Mare – o nome da principal – é uma vermelha sem perspectiva nenhuma de futuro. Diferentemente de sua irmã que tem talento com bordados, sua única habilidade especial é roubar e não ser presa. Um dia, ela tem um encontro com um cara que lhe dá uma chance de mudar de vida, e salvar sua família da miséria que os aguardavam. E para isso, a protagonista seria empregada na corte, e iria trabalhar para o rei.

Obviamente, como toda mocinha das boas causas, ela aceita, e ao chegar lá sua vida muda para sempre. O estranho é na verdade o príncipe destinado ao trono, e novamente, outro clichê: futuro crush da principal. Ao mesmo tempo em que a menina descobre a verdade, está ocorrendo um festival muito importante, promovido pelos Prateados na corte, para selecionar a futura rainha. O evento seria como uma seleção, em que cada representante de uma das casas – cada família de Prateados possui uma habilidade especial – iria se apresentar para a realeza. O rei iria escolher a partir das candidatas qual seria a futura rainha. No meio das apresentações, um imprevisto acontece, e descobrem que Mare, uma vermelha, possui habilidades especiais.

Mas pera, como assim ela tem poderes? Bem, não foi só a gente que ficou com uma pulga atrás da orelha, o rei também ficou, e pior, ele sentiu o cheiro de uma revolução. Se os Vermelhos poderiam ser tão fortes quanto os Prateados – ou até mais – por que eles deveriam ser os escravos do sistema?! Pensando nisso, ele ameaça a principal, e a obriga fazer parte da corte disfarçada como uma “Prateada perdida”. Além de tudo isso, ele a obriga a casar com o outro príncipe (sem ser o herdeiro do trono). Ou seja, tem triângulo amoroso surgindo por aí.

Apesar dos clichês, enfatizo novamente que o lance dos poderes é muito legal. Criativo, e em partes excêntrico. Combinou bastante a ideia da ficção com algo mais político. Mas a última parte foi exagerada demais, e em alguns momentos eu me senti como se estivesse assistindo dois comícios eleitorais.


QUANTO AOS PERSONAGENS...

Particularmente, eu não gostei da Mare. Achei uma protagonista entojada, mimada e cricrizenta demais. Fora o excesso de vitimismo barato e a falta de raciocínio. Ela é uma protagonista “burra”, no sentindo que não pensa no peso de suas atitudes, e é facilmente manipulável.

Todavia, os dois príncipes são incríveis. Cal com seu jeitinho Peeta – mas muito mais encantador que o personagem de THG – e o príncipe Maven, carregado de muito mistério e segredos. Ambos são personagens complexos e cheios de personalidades, deixando o leitor curioso para descobrir a verdade de cada um.

Já quanto à figura da Guarda Escarlate – não é um personagem, mas é uma figura muito importante para a obra – , eu esperava mais. De início, eles me pareciam uma guarda disposta a trazer igualdade para a sociedade de maneira inteligente e perspicaz. Contudo, aos poucos demonstraram ser radicais sem muito raciocínio, frágeis e desesperados. “Os vermelhos irão renascer, e a aurora irá se levantar”. É um lema forte demais para um grupo tão sem graça.


QUANTO AO FINAL!

O final foi o motivo que me fez classificar a saga como digna de outra chance. Ele foi surpreendente e inovador. Eu nunca imaginei que as coisas iriam se desdobrar daquela maneira, e a surpresa gerou uma longa voltagem de curiosidade em mim me motivando a querer ler a continuação.

Foi impressionante. Uma boa conclusão fez com que várias partes sem graça se tornassem interessantes. Foi um final bem elaborado, planejado, que deixou claro que toda a história foi pensada para chegar naquela conclusão. Tudo se encaixa perfeitamente, e faz todo o sentido quando analisamos a narrativa como um todo.

De todas as distopias que já li, “A Rainha Vermelha” foi à única que realmente me instigou profundamente com relação a sua continuação. Sinto-me obrigada a ler para descobrir o que irá acontecer, além de encontrar a resolução para o clímax mais que lacrador do primeiro livro…


MINHAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando digo que prefiro me abster nessa resenha, me refiro ao fato de que minha opinião foi imparcial com relação à obra por um todo. Ela possui alguns pontos que são chatos e cansativos, contudo, outros que a valorizam e trazer um tom completamente novo. Eu sei, um clichê inovador parece contraditório, mas é isso que A Rainha Vermelha é.

Como sempre digo, recomendo que vocês leiam a obra e criem suas próprias opiniões. Quando fui até a livraria compra-lo, uma menina me parou para dizer o quanto era incrível. E quem sabe a obra realmente é incrível, dependendo apenas de seu referencial…

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