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Resenha | Belo Desastre - Jamie McGUIRE

19:00Ayllana Ferreira


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FICHA TÉCNICA

Nome: Belo Desastre
Autora: Jamie McGUIRE
Páginas: 388
Gênero: Romance | Drama
Ano: 2012
Editora: Verus
Sinopse: A nova Abby Abernathy é uma boa garota.. Abby acredita que seu passado sombrio está bem distante, mas, quando se muda para uma nova cidade com America, sua melhor amiga, para cursar a faculdade, seu recomeço é rapidamente ameaçado pelo badboy da universidade.

Travis Maddox, com seu abdômen definido e seus braços tatuados, é exatamente o que Abby precisa – e deseja – evitar. Ele passa as noites ganhando dinheiro em um clube da luta e os dias seduzindo as garotas da faculdade. Intrigado com a resistência de Abby ao seu charme, Travis a atrai com uma aposta. Se ele perder, terá que ficar sem sexo por um mês. Se ela perder, deverá morar no apartamento de Travis pelo mesmo período. Qualquer que seja o resultado da aposta, Travis nem imagina que finalmente encontrou uma adversária à altura.

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E se você estivesse fugindo de seu passado na busca de um recomeço, mas de repente, surgisse uma paixão avassaladora por alguém que representa justamente tudo aquilo que você está tentando fugir?

“ – Eu sei que a gente tem problemas, tá? Sou impulsivo, esquentado e você me faz perder a cabeça como ninguém. Num minuto você age como se me odiasse, e no seguinte, como se precisasse de mim. Eu nunca faço nada direito, eu não te mereço… mas, porra, Abby, eu te amo. Eu te amo mais do que jamais amei alguém ou alguma coisa em toda minha vida. Quando você está por perto, não preciso de bebida, nem de dinheiro, nem de luta, nem de transas sem compromisso… eu só penso em você. Eu sonho com você. Eu só quero você.
Meu plano de fingir que ignorava tudo aquilo foi um fracasso épico. Eu não poderia fingir indiferença quando ele tinha acabado de colocar todas as cartas na mesa. No momento em que nos conhecemos, algo dentro de nós dois mudou e, o que quer que tenha sido, fez com que precisássemos um do outro. Por motivos que eu não conhecia, eu era a exceção da vida dele, e, por mais que eu tentasse lutar contra os meus sentimentos, ele era da minha.” (p.188)

Abby é uma garota comum, com um número específico de cardigãs no guarda-roupa, e um plano de recomeço. Já Travis Maddox, é tudo, menos comum, e um sinônimo quase perfeito para PROBLEMAS. Dramático, não?! Mas é este o tema de “Belo Desastre”.

Em uma noite comum, Abby decide ir junto a sua amiga América para um torneio “ilegal” de luta. Lá ela conhece o lendário Travis “Cachorro doido”, o campeão dos octógonos e um clássico traste (daqueles bem canalhas mesmo). Obviamente, o protagonista se encanta pela mocinha, e tenta a qualquer custo conquista-la.

E mais óbvia ainda, ela não quer ser mais uma das garotas iludidas pelo galã. Depois de muitas farpas trocadas, e uma tentativa falha de não se apaixonarem, eles decidem se tornar amigos. Cara, é tão fofinho a amizade dos dois! Só não é mais fofo do que descobrir o lado romântico do garoto-problema.

Após o início da amizade, muitos boatos surgem na universidade em que estudam, uma vez que a fama do rapaz exalta a sua impossibilidade de ter amigas mulheres. Não vou mentir, desde o início eu shippei os dois, e desejei arduamente que eles finalmente tivessem o “felizes para sempre”.

Mas se tem uma coisa que demora em “Belo Desastre”, é o tal do feliz para sempre. Muita coisa acontece entre os dois, e sempre que eles começam a se acertar, algo dá errado e os afasta. Abby tem medo de ser mais uma para Travis, e ele tem medo de não ser suficiente para a garota dos seus sonhos. E aí querido leitor, já tá imaginando a confusão que isso vai dar?!

Em outro dia qualquer (referência aos vários dias rotineiro da obra que se tornam datas importantes), os dois decidem fazer uma aposta que mudaria para sempre suas vidas; Caso Abby ganhasse, o garanhão ficaria um mês sem sexo, e caso ele ganhasse, ela teria que viver um mês com ele em seu apartamento.

Desde o primeiro capítulo, eu me apaixonei por Belo Desastre. A forma com que Jamie McGUIRE escreve é fantástica, além de extremamente maravilhosa. As frases são simples e gostosas de ler, fazendo com que o ritmo de leitura flua de uma maneira rápida e imperceptível. Contudo, em alguns momentos senti certo machismo em algumas colocações que a autora fez. Mesmo não sendo intencional, algumas frases fizeram alusão à objetificação do corpo da mulher, algo que não é legal e fez com o quesito “escrito” perdesse pontos para mim. Se não fosse por este detalhe decepcionante, acredito que a obra se encaixaria no livro perfeito para a categoria romance teen.

Os personagens da obra são clichês, e representam alguns estereótipos já batidos sobre determinados assuntos. Porém, isso não faz com que sejam menos maravilhosos. A escritora soube dosar de maneira correta tais elementos, criando uma história linda e emocionante. Em alguns momentos, o enrola-rola dos dois principais pode sim irritar alguns leitores, mas para mim, foi só mais uma amostra de como um amor de verdade é capaz de superar qualquer obstáculo.

Assim como Claire e Jamie de Outlander, ou Clary e Jace de Instrumentos Mortais, muita merda aconteceu entre Abby e Travis, mas nada foi capaz de diminuir o sentimento entre eles. E vocês sabem como sou suspeita para falar de histórias assim. Amo histórias de amor, ainda mais daquelas que nos fazem acreditar na força de um amor puro o bastante para superar qualquer desafio.

Além de todos os pontos positivos que já disse, a escolha do título serviu como um completo para a história. Em um dos trechos do livro, um amigo do casal principal comenta que os dois juntos são como um desastre, um belo desastre. É um amor 8 ou 80, em um momento eles estão felizes, em outro, poof, o próprio capeta vai bailar com eles, e o relacionamento se torna um inferno. Outro ponto negativo da história é que em certos momentos, senti o “amor do Travis obsessivo demais” e até mesmo abusivo. Ao decorrer das páginas, ele faz ao máximo para melhorar por sua amada, mas algumas de suas atitudes foram um pouco chocantes para mim.

Quanto ao final, foi um final lindo e condizente com o contexto da história. Geralmente, em histórias de amor, as resoluções são sempre muito rápidas, do estilo “eles estavam brigados, se beijaram e poof, viveram felizes para sempre”. Nesta obra não é assim, desde o meio da história, os dois já começam a se entender, mesmo que aos poucos e com muita briga no meio. Falando desta parte, outro elogio que preciso fazer a história é que ela é real, descreve um casal possível de existir. Mesmo quando duas pessoas se amam, elas brigam e desentendem às vezes, afinal, são duas pessoas diferentes, com criações e opiniões diferentes. Ou seja, obviamente nem sempre as duas conseguirão conviver da melhor maneira possível, ou concordar com tudo.

De todos os livros que li desde o início do ano e resenhei para vocês, querido leitor, do estilo “romances juvenis”, com certeza “Belo Desastre” foi o melhor, e que mais me prendeu. Para vocês terem uma ideia, eu o li em menos de um dia, e tudo começou com um mísero capítulo…

“- Sabe por que eu te quero? Eu não sabia que estava perdido até que você me encontrou. Não sabia que estava sozinho até a primeira noite em que passei na minha cama sem você. Você é a única coisa certa na minha vida. Você é o que eu sempre esperei, Beija-Flor.” (p.241)

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