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Resenha | A Seleção - Kiera Cass

19:30Ayllana Ferreira

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FICHA TÉCNICA

Nome: A Seleção
Autora: Kiera Cass
Páginas: 363
Gênero: Romance | Fantasia
Ano: 2012
Editora: Seguinte
Sinopse: Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China, e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças entre dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha. Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes. Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma — e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.


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Geralmente sou o tipo de pessoa que tem um pé atrás com livros juvenis de sucesso, uma vez que das produções que já li, a maioria possui histórias batidas, rasas de conteúdo, triângulos amorosos bobos, e narrativas pouco desenvolvidas (incompletas de várias maneiras). Como exemplo, têm-se os livros da saga Divergente e Fallen. Ambas competem à liderança na lista das piores obras que já li em toda minha vida.
E em virtude das más experiências que já tive com “o estilo”, comecei a ler A Seleção com um pé atrás, pensando que se tratava de mais uma história sem criatividade e de certa forma, sem pouco acréscimo para o “meu mundo literário”. Como eu estava enganada! Tudo na obra me fascinou, desde a história em si à construção dos personagens.
A Seleção foi um livro escrito pela Kiera Cass, publicado no Brasil em 2012 pela editora Seguinte. Logo após o seu lançamento, a obra se tornou um sucesso em vendas, e transformou a escritora em um dos nomes mais influentes das distopias juvenis. O livro tem todos os elementos necessários para ser maravilhoso, como uma boa história, personagens fascinantes e bem construídos, uma escrita agradável a amável, e um final emocionante.
A autora soube trabalhar bem com todos os elementos da história (personagens, trama e escrita), e conseguiu finalizar de maneira positiva tudo aquilo que havia proposto nas primeiras páginas, resultando em uma produção deslumbrante e surpreendente. Foi uma grande inovação no gênero (tanto em conteúdo quanto estrutura) em meio a tantas histórias repetitivas, com personagens mais que estereotipados (aquela clássica mocinha indefesa e inocente, com um príncipe corajoso e gentil), e enredos mais que previsíveis.
35 garotas, um príncipe herdeiro e uma coroa, é a premissa de A Seleção. A obra conta a história de America Singer, uma garota pertencente a uma realidade futurística, divididas em castas sociais. Na distopia que hoje resenho, os Estados Unidos foi invadido e completamente dominado pela China, se tornando uma nova sociedade, totalmente desigual, dividida em classes. Enumeradas de um a oito, quanto maior o número, menor os prestígios e qualquer tipo de dignidade.
A protagonista pertence à quinta casta, e desde pequena, trabalhou arduamente para ajudar no sustento de sua família. Aos 15 anos, ela se apaixonou por Aspen, um membro da sexta casta, protagonizando um amor em partes proibido. O garoto é “um serviçal”, enquanto ela, uma música. Ambos pertencem ao “grupo dos miseráveis”, contudo, mulheres geralmente se envolvem com homens de castas acima da sua, na esperança de “crescer socialmente”
Neste mesmo universo, existe a Seleção. Um evento no qual 35 meninas, com diferentes status e perspectivas, são sorteadas, se mudam para o castelo, e competem pelo coração do Príncipe herdeiro. A escolhida entre as participantes se tornará a próxima princesa, e, consequentemente, receberá uma série de outros prestígios.
Voltando a America, depois de mais de dois anos de relacionando em segredo, Aspen a obriga a se inscrever para a competição, alegando que seria sua melhor chance de mudar de vida. Porém, o que eles nunca imaginariam é que a mesma seria selecionada, e ainda despertaria o interesse de Maxon, o príncipe.
A trama é envolvente e extremamente criativa. Em alguns momentos, por mais irônico e viajado que pareça, encontrei certas semelhanças desta com a história de Miss Simpatia, uma vez que ambas as protagonistas possuem alguns traços parecidos. As duas são mulheres fortes, destemidas, e com muito senso de justiça. E novamente, em ambos os casos, elas não queriam vencer a competição, mas a personalidade e carisma de cada uma impossibilitou que as mesmas passassem despercebidas, tornando-as candidatas em potencial.
Eu me encantei pela America. Ela é super divertida e engraçada, ao mesmo tempo em que é corajosa e humana. A personagem é mais uma heroína do estilo que conquista o coração do leitor com a sua personalidade forte e poderosa. Mesmo sem querer ganhar e ser notada, ela conseguiu chamar a atenção tanto do leitor, quanto a do príncipe, fazendo com que ambos os lados desejassem a sua vitória.

“-Na verdade, não é bem assim. Elas brigam por duas coisas. Algumas por você, outras pela coroa. E todas pensam já saber o que falar e fazer para que sua escolha seja óbvia.– Ah sim. O homem ou a coroa. Receio que algumas não saibam ver a diferença – afirmou, balançando a cabeça.– Boa sorte com isso – comentei, seca.Tudo ficou calmo depois dessa demonstração de sarcasmo. Olhei para ele com o canto dos olhos, desejando que dissesse algo. O príncipe fitava a grama com o rosto cheio de preocupação. Parecia que essa ideia o estava infernizando já havia algum tempo. Ele respirou fundo e se voltou para mim.– E você, pelo que luta?– Na verdade, estou aqui por engano.– Engano?– É, mais ou menos. Bem, é uma longa história… Estou aqui. E não estou lutando. Meu plano é aproveitar a comida até que você me chute.” (p.129)

Quanto ao príncipe … depois de tanto tempo encontrando membros da realeza chatos e pomposos nos últimos livros que li, Maxon realmente me surpreendeu. Ele é um charme! Carismático, divertido, encantador, e vários outros adjetivos que conotam características positivas que no momento não estou lembrando (figurinha do macaco tampando os olhos aqui uaehuae). Shippei-o com a America desde o primeiro momento em que os vi juntos, e claro, fiquei puta com ela (junto a America) quando o vi dando atenção para as outras competidoras! Faz isso conosco não, Kiera Cass, o Maxon é da America, só dela.
Quanto ao Aspen, de início, eu tinha gostado dele, mas depois do que ele fez com a namorada, tomei um ódio mortal. Ninguém pisa na mocinha e saí de boas comigo não, vacilão! Eu sei que ele pensou no bem dela, mas mesmo assim, foi cruel e egoísta.
Com relação à trama em si, achei-a coerente e bem construída. Como disse, me apaixonei nas primeiras páginas, me fascinei pelo clímax, e me tornei meio obsessiva com o final. Foi cruel… me senti obrigada a terminar a saga e saber quem seria a grande escolhida…
Quanto à edição, parabéns, editora Seguinte, vocês fizeram um trabalho espetacular. A Seleção é um livro esteticamente belo, desde as passagens dos capítulos a capa em si. As fontes escolhida também combinam com o contexto da obra, o que tornou tudo ainda mais atrativo e cativante!

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