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Resenha | Trono de Vidro - Sarah J. Mass

19:30Ayllana Ferreira

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FICHA TÉCNICA

Nome: Trono de Vidro
Autora: Sarah J. Maas
Páginas: 390
Gênero: Fantasia
Ano: 2013
Editora: Galera Record;
Sinopse: Nas sombrias e sujas minas de sal de Endovier, um jovem de 18 anos está cumprindo sua sentença. Celaena é uma assassina, e a melhor de Adarlan. Aprisionada e fraca, ela está quase perdendo as esperanças quando recebe uma proposta. Terá de volta sua liberdade se representar o príncipe de Adarlan em uma competição, lutando contra os mais habilidosos assassinos e larápios do reino. Endovier é uma sentença de morte, e cada duelo em Adarlan será para viver ou morrer. Mas se o preço é ser livre, ela está disposta a tudo.


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E se a sua única chance de sobreviver fosse trabalhar para um rei corrupto e cruel, que matou todas as pessoas que você mais amava?

Celaena Sardonthia foi treinada desde criança para ser uma assassina. Inteligente, bela e letal, o seu “currículo de mortes” a concedeu o título de melhor assassina de Adarlan. Contudo, em um dia de azar, um de seus companheiros a traí, e ela é capturada. Torturada todos os dias nas Minas de Sal de Endovier, faminta e desumanizada, a garota recebe uma proposta tentadora do Príncipe de Adarlan.

A assassina teria uma escolha: entrar em uma competição representando o filho do homem que matara seus pais, e vários de seus conhecidos, competindo contra 23 assassinos em um torneio mortífero, para após ser classificada, duelar com os quatro melhores, e caso sobrevivesse à competição e ganhasse, assinaria um contrato com o Rei, oferecendo seus serviços e sua lealdade para a coroa por quatro anos, para que no final disso tudo, fosse livre; Ooou continuar nas Minas de Sal, e sobreviver no máximo mais alguns meses em virtude das condições precárias e desumanas em que os prisioneiros são submetidos.

Obviamente, a protagonista escolheu a primeira opção. Tudo corria bem, aliás, na medida do possível. Os competidores estavam morrendo nos desafios, mas nada além do previsto. Contudo, algo maléfico habita os túneis do Castelo de Vidro, e pouco a pouco, os sobreviventes da competição começam a ser mortos um a um, e de maneira cruel.

Cabe a Celeane, uma assassina, descobrir quem está por trás das mortes horrendas, e salvar a todos e a si mesmo. Ao longo da jornada, a incrível protagonista conta com a ajuda do sedutor Príncipe Dorian, do misterioso Chefe da Guarda, Chaols, e da Princesa rebelde, Nehemia.


"[…] Nada é coincidência. Tudo tem um propósito. Você deveria vir a este castelo, assim como deveria ser uma assassina, aprender as habilidades necessárias para sobreviver. […] Algo maligno vive neste castelo, algo pernicioso o bastante para fazer com que as estrelas estremeçam. Essa malícia ecoa em todos os mundos. Você deve impedi-la. Esqueça suas amizades, esqueça suas dívidas e juramentos. Destrua esta coisa antes que seja demais, antes que um portal tão grande seja aberto e impossível de desfazer." (P.184-185)

Trono de Vidro é o primeiro livro da saga com o seu nome. Escrito por Sarah J. Mass, publicado no Brasil em 2013 pela Galera Record, a obra conquistou um lugarzinho especial no meu coração. De início, a leitura foi difícil. A escritora repete muitas palavras, e as frases são curtas demais. Particularmente, não é o estilo que eu gosto de ler, e nem o estilo que eu procuro me inspirar quando tento escrever. Contudo, há quem goste, e com a história que ela criou, uma escrita não tão atrativa é facilmente ignorada.

A história é inteligente e perspicaz. É criativa e adorável também. Me senti tão presa no que estava acontecendo, que a partir de um determinado momento, parei de me incomodar com o estilo de escrita, para viver a aventura, e aproveitá-la ao seu máximo. Inquestionavelmente, dos livros de adolescente que já li, é o mais criativo e original.

Eu amo magia e romance de época. É uma combinação tão boa quanto brigadeiro e cobertor. Na obra que hoje resenho, a autora conseguiu trazer para as páginas o paganismo de uma maneira inusitada e sábia, sem cair em clichês, ou distorcer uma crença que compõe a história da humanidade. E o melhor, ela conseguiu colocar um romance de época no fundo disso tudo, e um rei cruel, querendo conquistar o mundo. São três tópicos incríveis e complexos que foram unidos maneira ideal e harmônica ao longo das páginas. PERFEITO!

Falando do rei cruel, chega a hora de falar sobre os personagens que compõe a história. Foi a primeira vez me encantei com todos os personagens, exceto o Príncipe Dorian, ele ainda não me desce. Celaena é uma heroína, do melhor estilo possível, que tem uma língua afiada, e uma adagadas tão afiadas quanto. Ela não é uma mocinha frágil em cima de uma torre como a maioria das protagonistas do estilo. Ela Luta. Caso você não tenha lido direito, vou repetir, CARA, ELA LUTA. E o melhor, suas habilidades com espada (OU QUALQUER OUTRA ARMA, EM CAPS, PARA DAR ÊNFASE NA MAGIA ) são tão boas, ou quase melhor que Chaol, o melhor guerreiro do reino. Sarah J. Maas, preciso te dar parabéns! O mundo precisa de mais autoras assim, que criam personagens femininas fortes mentalmente e fisicamente. Você é o ovo que falta na marmita da literatura juvenil! Eu me encantei pela Celaena, e acredito que várias pessoas devem ter se encantado também. Ela é um protagonista determinada, carismática e divertida.

Já com relação aos rapazes da história, como já disse, não fui muito com a cara do Príncipe Dorian não. Achei-o mimado demais, de certa forma, dependente, meio sem noção as vezes, galinha, e fácil demais. Em alguns momentos, senti como se as confissões dele, e todo o empenho em conquistar Celaena fosse apenas mais uma tentativa de provocar o rei, e não todo aquele romantismo que “o príncipe encantado do romance” deve ter. Todavia, acredito que é uma implicância sem fundamento, e que nos próximos livros, este sentimento pode ser mudado.

Agora o Chaol, diferentemente de Dorian, já o adorei desde o primeiro momento. Apesar de suas desconfianças com a mocinha – coisa que me irritou algumas várias vez no livro -, eu me encantei por sua fidelidade tanto com a assassina, quanto com o príncipe. Ele acreditou na capacidade da primeira desde o primeiro momento. E, apesar de suas desconfianças e de seu jeitinho mais tímido, eu o admiro, e torço para que ele seja o escolhido pela mocinha (sinto cheiro de triângulo amoroso chegando).

Não podemos esquecer de dois personagens complexos e bem construídos também. A figura da princesa Nehemia, uma rebelde inteligente e fiel, e a figura do rei, um fdp homem ambicioso, disposto a qualquer coisa para conseguir mais poder.

E como se já não bastasse esses maravilhosos personagens, cada um mais misterioso e surpreendente que o outro, tem a história que compõe toda a trama. Como disse anteriormente, ela é criativa, surpreendente e encantadora. Todos os elementos e tramas criadas são ligados, traçados e bem resolvidos. A narrativa tem começo, meio e fim, e muita emoção para unir todos esses pontos, e ainda despertar em mim uma necessidade compulsiva de TER QUE TERMINAR LOGO a leitura. E falando sobre términos e finais, chega a hora de falar um pouquinho mais sobre estes.

Apesar de ter sido de certa forma previsível, eu adorei a forma com que tudo foi concluído. ADOREI mesmo. ADOREI ver que Celeane não é o tipo de mocinha que jura amor eterno no primeiro livro, e adorei que ela quer ser livre de todas as maneiras. Diferentemente de várias protagonistas, a garota não é desesperada por afeto e amor. É apenas uma pessoa comum, que deixa as coisas “rolarem”.

Por fim, é importante falar sobre a edição. A capa do livro é linda, apesar de ser a cópia cuspida da skin da Katarina Mercenária – uma campeã do jogo League of Legends. As transições de capítulo são fofinhas também. Nada Darkside, porém satisfatório. Um único defeito do livro seriam os erros de digitação. Encontrei alguns ao longo da maravilhosa experiência que foi ler Trono de Vidro. Mas não se preocupem, não é nada gritante ou que incomode.

Espero que tenham gostado, e deem uma chance a Trono de Vidro! Antes que eu me esqueça, novamente, parabéns Sarah J. Maas pelo que você criou. Com certeza, terei que leiloar meus órgãos para comprar o resto da coleção, mas isto é detalhe.

Beijos de luz para todos, e até a próxima.

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