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Resenha | Não Conte a Ninguém - Harlan Coben

18:17Ayllana Ferreira

FICHA TÉCNICA

Nome: Não Conte a Ninguém
Autor: Harlan Coben
Páginas: 319
Gênero: Mistério | Thriller
Ano: 2009
Editora: Arqueiro
Sinopse: Há oito anos, enquanto comemoravam o aniversário de seu primeiro beijo, o Dr. David Beck e sua esposa, Elizabeth, sofreram um terrível ataque. Ele foi golpeado e caiu no lago, inconsciente. Ela foi raptada e brutalmente assassinada por um serial killer. O caso volta à tona quando a polícia encontra dois corpos enterrados perto do local do crime, junto com o taco de beisebol usado para nocautear David. Ao mesmo tempo, o médico recebe um misterioso e-mail, que, aparentemente, só pode ter siso enviado por sua esposa. Esses novos fatos fazem ressurgir inúmeras perguntas sem resposta: Como David conseguiu sair do lago? Elizabeth está viva? E, se estiver, de quem era o corpo enterrado oito anos antes? Por que ela demorou tanto para entrar em contato com o marido?


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Querido leitor fã de livros de suspense, a resenha de hoje é para vocês!
Sabe aquele livro inteligente, com uma boa história e com uma narrativa envolvente?! Pois bem, acabei de descrever Não Conte a Ninguém, de Harlan Coben. Classificado como suspense, a obra conta a história de David Beck, um médico que ainda não superou por completo a morte de sua amada esposa Elizabeth.
Oito anos se passaram, mas as cenas daquela noite ainda estão frescas em sua mente: Ele e sua mulher foram comemorar o aniversário do 13º ano em que haviam se beijado pela primeira vez. Muitos segredos existiam entre o casal, distanciando-os. Em meios às comemorações e um momento de paz, David é atacado na cabeça, e sua esposa sequestrada. Ele tentou salvá-la, mas a pancada foi forte demais. Enquanto perdia a consciência, este ouvia os gritos desesperados de sua amada, implorando por ajuda.
Três dias se passaram, o corpo da garota foi encontrado. Ela fora espancada, provavelmente torturada, e estava marcada com um K em sua bochecha, evidenciando o culpado pela sua morte, um serial killer da época que fora responsável pela morte de várias outras mulheres.
O caso havia sido fechado e concluído, até que dois corpos surgem no mesmo local em que o primeiro crime aconteceu, e consequentemente, este é reaberto. As autoridades começam a suspeitar que David fora responsável pela morte de Elizabeth e dos outros dois. Contudo, ao mesmo tempo em que isto acontece, um estranho começa a se comunicar com o protagonista, sugerindo acontecimentos que só ele e sua mulher poderiam se recordar, deixando uma questão no ar: E se Elizabeth estivesse viva todo este tempo?
Particularmente, não sou fã de suspenses. Histórias como esta me deixam agonizada e torturada, logo prefiro evita-las. Acredito que se o meu estilo fosse este, eu amaria a produção com todas as minhas forças.
Com relação à história, para mim, o tema “Esposas assassinadas, maridos culpados” já está se tornando um clichê nas produções literárias, uma vez que várias outras obras de sucesso com o mesmo tema já foram lançadas, como Garota Exemplar, de Gillian Flynn. O início de Não Conte a Ninguém é parado e meio desanimador. Em vários momentos, me senti lendo a produção citada acima. Contudo, diferentemente de Flynn, Coben conseguiu criar algo diferente em meio a um tema relativamente comum. Ele apelou para o “curioso”, e criou uma história excêntrica e empolgante.
Sua narrativa é simples. Os elementos que a compões tornam-na surpreendente e impressionante. Li o livro em uma tarde, e olha que eu realmente não gosto do estilo. Não sei exatamente como, mas o autor conseguiu criar uma atmosfera extremamente misteriosa, reforçando aquele clássico caso das obras que te obrigam a termina-la logo após o início da leitura, sem nem tempo para respirar ou pensar em fazer outra coisa uaeuhaeh.
A história é envolvente e curiosa, em vários momentos desta, foram sugeridas possibilidades e resoluções para o crime inicial que eu nunca havia pensado. O final é surpreendente e realmente “assustador”. Assustador em um sentindo de que eu nunca imaginaria tal resolução. Contudo, ao mesmo tempo em que foi tão esplendoroso, acredito que a conclusão ocorreu rápido demais, despertando uma sensação de estranhamento em mim. A história de um livro inteiro foi finalizada em 25 páginas. Neste ponto, acho que Coben poderia ter se delongado um pouco mais. Senti como se os problemas que renderam um livro, fossem fáceis demais. Meio que desmereceu o próprio clímax e dificuldades da história.
Outro ponto negativo foi o excesso de personagens e a falta de simpatia dos principais. Foram tramas demais para um livro tão curto, em vários momentos me senti meio perdida sobre qual das partes estava sendo abordada. E com relação aos principais, eu definitivamente não gostei deles. Achei-os egoístas, e em alguns momentos, entediantes. Eu realmente desejei que a Elizabeth se desse mal.
Mesmo com tais ponderações, Harlan Coben conseguiu fazer algo extremamente diferente e encantador com elementos tão simples. Em minha opinião, esta é uma das maiores e melhores características que um autor deve ter: a capacidade de criar algo novo e coerente em meio aos clichês. Ele não me decepcionou, e acho que toda pessoa deveria dar uma chance a esta história. Para mim, se tornou um livro referência no estilo.
E assim como Eu sou o Número Quatro, Não Conte a Ninguém se enquadra na categoria de livros coringas que você pode presentear qualquer um, e provavelmente o presenteado irá gostar. É uma obra simples, mas que carrega peculiaridades que a torna única.
Por fim, antes que eu me esqueça, é necessário falar sobre a edição. Em minha opinião, é o único defeito gritante da produção. A capa me lembrou de um livro de autoajuda, e não de suspense. As marcações de mudança de capítulo foram meio desleixadas. Acho que se a editora tivesse investido um pouquinho mais na estética, a parte física da obra conseguiria ficar a altura da história.
Para os fãs de Coben, peço desculpas por provavelmente não ter abordado todos os pontos que vocês consideram como ideal. E para os nossos leitores que acompanham nosso blog, espero que tenham gostado.

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