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Resenha | Procura-se um marido – Carina Rissi

14:15Ayllana Ferreira


FICHA TÉCNICA

Nome: Procura-se Um Marido
Autora: Carina Rissi
Páginas: 472
Gênero: Romance
Editora: Verus
Sinopse: Alicia sabe curtir a vida. Já viajou o mundo, é inconsequente, adora uma balada e é louca pelo avô, um rico empresário, dono de um patrimônio incalculável e sua única família. Após a morte do avô, ela vê sua vida ruir com a abertura do testamento. Vô Narciso a excluiu da herança, alegando que a neta não tem maturidade suficiente para assumir seu império - a não ser, é claro, que esteja devidamente casada. Alicia se recusa a casar, está muito bem solteira e assim pretende permanecer. Então, decide burlar o testamento com um plano maluco e audacioso, colocando um anúncio no jornal em busca de um marido de aluguel. Diversos candidatos respondem ao anúncio, mas apenas um deles será capaz de fazer o coração de Alicia bater mais rápido, transformando sua vida de maneiras que ela jamais imaginou.


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Depois das minhas três últimas experiências com a Carina “Maravilhosa” Rissi, ficou impossível não enquadrá-la entre os meus autores favoritos. Diferentemente da grande maioria dos escritores de romance FARPAS, a brasileira consegue criar personagens diferentes, com personalidades e traços distintos para cada uma de suas histórias, fugindo de clichês, ou até mesmo utilizando-os da melhor maneira possível. Pisa menos Carininha!

Em Procura-se Um Marido, Alícia Braga de Lima é a única herdeira de um dos maiores impérios de lojas de cosméticos do Brasil. Jovem, bonita e mimada. Ela é tudo, menos responsável. Parte de sua fortuna é sempre gasta em noitadas extravagantes em boates, além de claro, verba para tirá-la das mais excêntricas confusões.

Após a morte de seu avô, que era também seu pai, tutor e melhor amigo, a mocinha precisa pela primeira vez agir como adulta. Vô Narciso, que era tudo que lhe restava, havia a excluído do testamento. Para ter direito a qualquer centavo da fortuna e as poucas lembranças de sua infância, a mesma deveria começar a trabalhar e se casar, mostrando pela primeira vez na vida estabilidade.

Desesperada e com o coração partido perante a falta de confiança, Alícia decide publicar em um jornal um anúncio procurando um marido de aluguel. Os pretendentes iniciais são bizarros, para não dizer assustadores. Em meio a tanto desespero, surge o partido ideal, no momento ideal, mas como se casar com alguém que até o momento, se mostra como o mais odioso dos homens?!

Sem muitas opções, ela decide se casar com o rapaz e aceitar a vida como uma assistente de secretária da empresa de seu avô – ele havia imposto aos seus funcionários que ela começaria de baixo, como uma pessoa comum.

Com o passar dos tempos e o decorrer da história, a personagem começa a descobrir novos valores e interesses, fora o início de uma paixão arrebatadora pelo seu marido alugado.

A narrativa de “Procura-se um marido” é encantadora. Com uma escrita simples e com frases lindas de efeito – aquelas frases estilo legenda de foto de facebook - , a trama criada é capaz de conquistar logo nas primeiras páginas. Inquestionavelmente, de todos os romances que já li, este é o melhor e com uma das histórias de amor mais fofas. Uma coisa que gostei é que os personagens se acertaram rápido, sem ter todo aquele drama de vai e vem das narrativas tradicionais do estilo, que para mim nada mais são do que enrolação barata.

“Naquele instante, olhando para o rosto delicado de Mari, me arrependi de todos os pensamentos que tive a respeito de estar sozinha. Mari estava ali. Sempre esteve. Sempre estaria. Amigas ficam ao seu lado nos momentos bons, mas apenas as melhores seguram sua mão nos momentos ruins.”  (p. 28)

Alícia é uma personagem maravilhosa, o tipo de mocinha que corre atrás do seu final feliz ao invés de ficar tendo crises de baixa autoestima ou fazendo drama barato. Sabe aquela frase, “porque eu não nasci para ser a princesa em cima da torre”, é a melhor descrição para a milionária. Ela é independente, corajosa, inteligente e confiante. É claro que o boy a ajuda a superar alguns dos desafios, porém é ela que resolve quase tudo sozinha, e traça o seu próprio destino.

Já o Max, é o clássico caso do príncipe encantado em uma armadura reluzente. Ele é trabalhador, humilde e extremamente apaixonado. Quer mais amorzinho, Letterianos?! Algo que gostei da história é que a autora inverteu os valores que são estereotipados nos romances tradicionais. Desta vez, é o mocinho perfeito que não acredita em seu valor para conquistar a mocinha, e tem medo de estar forçando algo que talvez, ela não possa querer.

A história de Procura-se um marido é leve e divertida, ao mesmo tempo em que é bela e emocionante. Belas lições são o cenário de sua narrativa, e em vários momentos, me encaixei no grupo de leitora manteiga (derretia com muita facilidade). O romance vivido pelos personagens principais é lindo e extremamente verdadeiro, despertando ao leitor um enorme sentimento de satisfação ao ver que as coisas entre eles estão começando a se acertar, além daquela fofura instantânea -> “Awnsss, que gracinha”.

“ Não era assim que acontecia no cinema. Nem nos livros! Cadê a parte em que o cara sexy olha para a mocinha e um momento mágico acontece? Onde estava a música melosa de fundo, que embalaria o final da cena, em que o cara diria: ‘Me desculpe, você está bem?’, e u responderia, um pouco tímica, corando e desviando o olhar, devido à intensidade do momento cataclísimico: ‘A culpa foi minha. Eu deveria ter prestado mais atenção’. Então ele sorriria, estenderia a mão para me ajudar a levantar, não soltaria, e ficaria ali, me encarando com as pupilas dilatas, como se o restante do mundo houvesse desaparecido, e só se daria conta de que estávamos a sós no planeta quando alguém passasse por ali e esbarrasse em seu ombro. Cadê tudo isso? Não que eu quisesse um tórrido romance ou algo do gênero, mas, se era para protagonizar uma cena tão manjada e cafona quanto aquela, eu queria um pacote completo.” (p.34)

Sofia, Elisa, Luna e Alícia. Quatro personagens extremamente diferentes e únicas, sendo as rainhas de suas próprias histórias. Ian, Lucas, Dante e Maximinus, cavalheiros reluzentes, príncipes encantados que conquistam o coração de qualquer leitor. Quatro livros, quatro histórias encantadoras e originais, apesar de carregarem certa semelhança. Assim como Julia “Rainha” Quinn, Rissi consegue criar histórias únicas a partir de roteiros relativamente parecidos, e personagens especiais e diferentes, embora sejam relativamente semelhantes.

Mesmo sendo em certos aspectos clichê, o final da obra me surpreendeu. Eu adorei a forma com que tudo se concluiu e o final feliz para cada personagem. Amo conclusões em que tudo dá certo, são as minhas favoritas hehe.

Com relação à edição, diferentemente de No Mundo da Luna, desta vez a editora Verus caprichou em uma arte de capa ideal. A foto que a ilustra é linda e repleta de uma carga emocional complementar para a maravilhosa história que vem a seguir.

“- Eu achava que sabia o que era amar. Então você apareceu, transformou minha vida num inferno e fez minhas convicções e certezas ruírem. – Ele se inclinou sobre mim como um leão se apoderando de sua fêmea, me obrigando a se deitar. E ficou ali, com um braço de cada lado de minha cabeça, o rosto próximo ao meu. – Nunca senti nada parecido com o que sinto por você, se é isso que quer saber. Imagino que seja amor, porque me sinto miserável quando estou longe de você. Não consigo te tirar da cabeça nem mesmo quanto tento – um sorriso que fez meu coração quase parar de bater surgiu em seus lábios perfeitos, antes de ele se inclinar e me beijar ternamente.” (p.370)

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