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Resenha | O Príncipe Corvo - Elizabeth Hoyt

12:49Ayllana Ferreira

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FICHA TÉCNICA

Nome: O Príncipe Corvo
Autora: Elizabeth Hoyt
Páginas: 350
Gênero: Romance | Histórico | Erótico
Ano: 2017
Editora: Record
Sinopse: Primeiro volume da Trilogia dos Príncipes. Assistindo à ruína das finanças familiares, Anna Wren, recentemente enviuvada, vê-se na necessidade de encontrar um emprego. Culta e letrada, torna-se secretária do conde de Swartingham, um homem de um caráter mordaz e inflexível, de rosto e corpo marcado por cicatrizes. A postura do conde faz com que Anna perceba que o trabalho não durará muito. Porém, em um improvável lance do destino, ambos despertam o lado mais secreto um do outro, rapidamente desenvolvendo um desejo mútuo e de forte carga erótica, inicialmente não assumido. Na Inglaterra do Império e das conquistas ultramarinas, às vésperas da Revolução Industrial, conseguirá o preconceito e o conservadorismo separar duas almas feitas para se unirem?

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Depois de anos fugindo e julgando a literatura erótica sem nem ao menos conhecer, decidi me arriscar e aventurar em um de seus grandes sucessos. O Príncipe Corvo foi um livro escrito por Elizabeth Hoyt, publicado no Brasil somente em 2017 pela Editora Record após ter se tornado um grande sucesso de vendas no exterior.

Ambientado em uma sociedade de época, a obra é um misto entre romance e erotismo. A escritora soube dosar ambos os elementos da maneira ideal, criando um produto ao mesmo tempo inocente e atrevido – contraditório, eu sei, mas é bem isso –, posto que a ousadia está presente em cada página, na medida em que uma bela história de amor é o palco de todas as emoções e reviravoltas.

Na trama, Anna Wren é uma jovem virtuosa viúva que possui uma beleza comum, sendo vista pelos olhos de muitos como sem-graça. Em um dia, ela é atropelada por um cavalheiro grosseiro, e para tornar tudo ainda pior, descobre também que as finanças de sua família não vão bem.

Assim, a mulher saí em busca de um emprego, estando disposta a fazer qualquer coisa para ajudar a sua sogra – as duas vivem juntas, e são como mãe e filha. Sem opções, ela acaba se candidatando para a vaga de secretária – um cargo que na época era executado por homens, e em um período em que mulheres não podiam trabalhar, e sofriam todos os tipos possíveis de preconceito – do mal-humorado e rude Conde de Swartingham, que é também seu atropelador.

Com o passar do tempo, Anna e Edward – o Conde - começam a se sentir atraídos um pelo outro, mas são impossibilitados de concretizarem seus desejos em virtude de suas posições sociais. Em um dia, a primeira descobre algumas dívidas do Patrão com um bordel. Furiosa, ela decide utilizar dele para satisfazer suas vontades sexuais, ignorando todas as convenções sociais e regras impostas pela sociedade da época.

A história de O Príncipe Corvo é envolvente do início ao fim. A sua escrita é fluída, e seus acontecimentos são narrados de uma maneira tão espontânea, que nos sentimentos como parte daquele universo. Um estereótipo que sempre construí com livros hots é que suas tramas seriam apelativas, e de certa forma, só sexo e mais sexo e nada de conteúdo. Contudo, a cada momento que eu lia e me aprofundava mais naquela história, eu percebia que estava completamente enganada, já que vários sentimentos participam de sua composição, desde um aspecto mais sedutor ao mais puro e verdadeiro amor. Houve sim momentos em que eu me senti fogosa – veeergonha de dizer isso – mas teve também momentos em que meu espírito romântico se sentiu nutrido, e revigorado. E obviamente, as reviravoltas e sentimentos entre os protagonistas faziam com que o livro tivesse sim conteúdo e uma essência doce.

Eu me surpreendi de várias maneiras positivas com o que encontrei. Esperava encontrar uma obra repleta de piegas e personagens acéfalos. E novamente, encontrei justamente o contrário. Anna é uma mulher batalhadora, corajosa e forte. Não é uma mocinha que precisa ser resgatada, ou uma tola inocente que se ilude com situações irreais. É uma mulher acima de seu tempo, que não concorda com a sociedade misógina em que vive, no qual homens podem sim ter um amante, enquanto as mulheres devem sempre ser santas e até mesmo desprezarem os prazeres carnais. Ela não aceitava nada disso, sabia do seu poder feminino, e sabia também do que queria. Ela é incrível.

Já Edward, apesar de seu jeito carrancudo, é na verdade um amante fiel e apaixonado, estando disposto a fazer qualquer coisa para garantir que seus felizes para sempre, e de sua amada, aconteça.
Os personagens construídos por Elizabeth são completos e apaixonantes. Ambos são marcados por más experiências de vida e temem o amor. Porém, acabam descobrindo o conforto um no outro, e curando juntos suas próprias inquietações. Awnssss, quer coisa mais fofinha?! NÃO ME JULGUEM ruuun’.

Eu adorei a experiência de ler um livro hot e adorei mais especificamente O Príncipe Corvo. Como fã de romances de época, e apaixonada por histórias de amor, amei descobrir uma obra tão completa de vários aspectos,e tão rica em sensações. E para você, que assim como eu, tem um certo preconceituzinho com o estilo, larga de bobagem e se arrisque, quem está perdendo é só você.

Existem romances hot que são sim tudo aquilo que estereotipamos, assim como qualquer outro estilo tem também suas obras não tão boas, mas não se fechem só por causo disso, pesquisem e se aventurem! Afinal, existem muitos livros maravilhosos, mas que poucas pessoas leem por causa de preconceito com seus títulos ou gêneros, e cá entre nós, isso é um desperdício!


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