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Resenha | Cidade das Cinzas - Cassandra Clare

19:30Ayllana Ferreira

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FICHA TÉCNICA

Nome: Cidade das Cinzas
Autora: Cassandra Clare
Páginas: 406
Gênero: Fantasia | Aventura
Ano: 2014
Editora: Galera Record
Sinopse: No mundo dos Caçadores de Sombras, ninguém está seguro. E agora que Clary descobriu fazer parte do perigoso Submundo, sua vida nunca mais será a mesma. Jace, seu recém-descoberto irmão, está cada vez mais impossível, e não parece medir esforços para enfurecer a todos. E sua atitude de bad boy não ajuda em nada quando, após o roubo do segundo dos Instrumentos Mortais, a Inquisidora aparece no Instituto para interrogá-lo... Agora Jace é suspeito de ajudar o pai, o perverso Valentim, num plano que vai colocar em risco não só Idris ou o Submundo, mas toda a cidade de Nova York. E Clary não pode deixar de se perguntar: será que as ironias de Jace são só uma forma de chamar atenção, ou também pode haver uma traição por trás de tanto mistério?


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“Ela sentiu o toque dos lábios dele, gentis no início, e os dela se abriram automaticamente sobre pressão. Quase contra a vontade, ela se sentiu ficar fluída e flexível, esticando-se para cima para envolver os braços no pescoço dele, como um girassol roda em direção à luz.” (p.491)


Em “Cidade das Cinzas”, continuação da obra “Cidade dos Ossos” e parte da coleção “Instrumentos Mortais”, Clary, Jace, Simon, Isabelle e Alec buscam alternativas para recuperar os instrumentos que Valentim havia roubado, uma cura para Jocelyn e uma prova da inocência do primeiro garoto perante a Clave.


[SPOILER] A verdade foi revelada, Jace e Clary são irmãos, e o pior, filhos de Valentim. Juntos, os dois caçadores descobrem segredos que lhe foram ocultadas, fora uma luta constante para superar os próprios sentimentos. Diferentemente da primeira obra, que foi mais focada em uma apresentação do universo mágico e dos personagens, dessa vez, a aventura começa logo no início, dando um tom eletrizante e alucinante a obra. A narrativa da autora mais os desdobramentos surpreendentes fazem com que o ritmo de leitura flua de uma maneira mais rápida e curiosa do que o anterior.

Após assassinatos misteriosos de crianças dos submundos, antigas desavenças disfarçadas pelo pacto (vampiros x lobisomens) começam a retornar, uma vez que os filhos da lua acreditam que os vampiros são responsáveis pela morte de suas crianças. Porém, o que eles não imaginam é que os filhos da noite são inocentes, e que o real inimigo é muito mais perigoso e maléfico do que os rivais, além de que possui um plano capaz de matar vários inocentes de ambas as espécies. Cabe aos mocinhos descobrirem qual o plano e combate-lo.

Na medida em que tudo isso acontece, novos e antigos personagens recebem mais destaque, como o próprio Simon. Diferentemente das versões apresentadas na série e no filme, o personagem é divertido, apaixonado e apaixonante, fora o seu papel essencial no fluxo da história. É impossível não sentir empatia e ao mesmo tempo solidariedade com a causa do garoto.

Assim como dito anteriormente, é necessário ressaltar a magnífica construção dos personagens de Cassandra, pois é possível visualizar as diferenças e o impacto dos acontecimentos do primeiro livro neles. Uma pequena mudança que causou grandes impactos na vida de todos. A própria Clary não é mais a personagem que era. Embora possua alguns hábitos mimados e alienados que fazem menção ao seu início, já é possível notar seu amadurecimento, incluindo a formação de um novo caráter.

Além dela, também é possível conhecer uma nova faceta do Jace. Em baixo de toda arrogância e sarcasmo, existe um garoto romântico e apaixonado, capaz de arrancar vários suspiros das leitoras desavisadas. Certamente, o garoto é um dos pontos fortes da obra, uma vez que sua personalidade única, insolente e divertida enriquece a história. Ele é o típico bad boy/príncipe apaixonado dos romances adolescentes, só que com um manto de personalidade único e exótico.

-Sim – disse Jace, sem conseguir se conter -, fui treinado para ser um gênio do mal desde menino. Arrancar asas de moscas, envenenar o suprimento de água e terra; já fazia tudo isso no jardim de infância. Acho que todos temos muita sorte por o meu pai ter forjado a própria morte antes de chegar aos estupros e sangues que faziam parte da minha educação, ou ninguém estaria a salvo. (p.424)

Outro ponto que o torna irresistível é a sua disponibilidade para fazer qualquer coisa para salvar sua irmã e seus amigos. Ele é o clássico caso do herói corajoso, mas ao mesmo tempo imprudente. Além de tudo isso, é possível ver que por trás de seu manto de valentia e força, este ainda é um adolescente de 17 anos que possuí medos, sonhos, e deseja acima de tudo ser amado.

Por fim, a conclusão da história faz surgir um clima de mistério. Várias novas descobertas estão próximas de ser revelada, fora a conclusão do primeiro arco de histórias da saga. De uma maneira geral, Cidade das Cinzas cumpre com seu objetivo, sendo um livro de romance, drama e suspense, tornando-o melhor que o primeiro, e um ótimo aperitivo para a continuação.

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