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Resenha | Cidade de Vidro - Cassandra Clare

19:30Ayllana Ferreira

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FICHA TÉCNICA

Nome: Cidade de Vidro
Autora: Cassandra Clare
Páginas: 474
Gênero: Fantasia | Romance
Ano: 2011
Editora: Galera Record
Sinopse: Clary está à procura de uma poção para salvar a vida de sua mãe. Para isso, ela deve viajar até a Cidade de Vidro, lar ancestral dos Caçadores de Sombras, criando um portal sozinha. Só mais uma prova de que seus poderes estão mais sofisticados a cada dia. Para Clary, o perigo que isso representa é tão ou menos assustador quanto o fato de que Jace não a quer por perto. Mas nem o fora de Jace nem estar quebrando as regras irão afastá-la de seu objetivo: encontrar Ragnor Fell, o feiticeiro que pode ajudá-la a curar a mãe.


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“- Não. – Magnus caminhou em direção a ele. – Não liguei porque estou cansado de você só me querer por perto quando precisa de alguma coisa. Estou cansado de assistir enquanto você está apaixonado por outra pessoa… outra pessoa que, por acaso, nunca vai amá-lo de volta. Não como eu amo.”

A cada nova história, fica claro o porquê de o grande sucesso da saga Instrumentos Mortais e a razão pelo qual Cassandra Clare é uma das autoras mais reconhecidas quando o assunto são os romances adolescentes. Ela consegue criar um universo comum, mas ao mesmo tempo cheio de peculiaridades. Fora os personagens extremamente reais e com personalidades únicas, repletos de defeitos e qualidade que os tornam ainda mais surpreendentes. Certamente, um dos pontos mais interessantes destes é observar sua evolução ao longo das obras e a superação de seus maiores medos.

No primeiro livro da franquia, Clary é uma garota que foi criada pela sua mãe, sendo superprotegida e extremamente mimada. Após o desaparecimento desta, a garota descobre a verdade sobre as suas origens, precisa lidar com seus sentimentos, e ainda por cima, descobrir como agir perante um novo amor capaz de esgotá-la. O primeiro livro está mais focado na apresentação do universo dos seres do submundo (fadas, vampiros, lobisomens, bruxos e demônios) e a sua relação conflitante com os caçadores das sombras.

Já em Cidade das Cinzas, segundo livro da franquia, a protagonista descobre uma verdade sombria sobre o seu passado, e o pior, precisa lutar contra os seus sentimentos por Jace, um caçador das sombras e o seu novo amor. Após mais reviravoltas, e junto aos seus amigos, a menina precisa ultrapassar seus limites e batalhar contra seu próprio pai para salvar a vida de todos que ama.

Por fim, no terceiro livro que fecha a primeira trilogia de Instrumentos Mortais, intitulado com Cidade de Vidro, ela descobre como salvar sua mãe, além de outra maneira de vencer Valentim. É o livro mais amorzinho, ao mesmo tempo em que é recheado de ação.

Após um encontro com uma antiga amiga de sua mãe, a heroína descobre que a única maneira de salva-la seria viajar até Idris, em busca de um feiticeiro específico. Nesse meio tempo, muita ação acontece, tornando a produção literária atrativa desde o princípio. Depois de perder sua carona para a cidade dos caçadores, Clary precisa descobrir outra maneira para chegar até lá, e obviamente, ao executar tal feito, esta consegue arrecadar vários problemas. No meio disso tudo, é possível observar certa evolução da personagem.

O crescimento dela no terceiro livro é espetacular. De uma garota mimada e egoísta, esta se revela uma guerreira extremamente apaixonada pelos suas ideais, estando disposta a alcançá-los a qualquer custo. É claro que a menina erra, e faz várias burradas. Contudo, o seu espírito batalhador e a sua audácia para perseguir aquilo que almeja transformam-na em alguém capaz de fazer toda a diferença no sistema conservador em que vivia.

Logo no início da obra, Aline e Sebastian são apresentados. A menina aparenta ser invejosa, além de nutrir uma paixão não correspondida por Jace. O seu veneno fica claro ao longo da história, e para os fãs do casal principal, é impossível não querer assassiná-la. Enquanto isso, o segundo foi de início um personagem agradável, cativante e inspirador. A verdade sobre ele é surpreendente, e talvez, um dos pontos mais interessantes sobre a história.

Cidade de Vidro é uma das melhores obras da saga, se não a melhor. Como dito anteriormente, é repleto de ação e romance, mas não é só isso. A verdade é revelada. E por mais que vários leitores já as imaginassem, esta se mostra ainda mais surpreendentes e fascinantes. Como se já não bastasse tudo isso, nem tudo são flores, e felizmente/infelizmente, também existe um dramazinho na história, sendo capaz de retirar umas boas lágrimas do público.

É um clássico livro eletrizante, daqueles que se torna impossível parar após o seu começo. É impressionante perceber a teia formada ao longo da narrativa, e indiscutivelmente, perceber toda a trajetória e o percurso feito pela aranha – referência ao contexto dos desdobramentos dos fatos.

Por fim, tanto os novos quanto os antigos personagens cumpre com o seu papel. Os dois principais são magníficos, e a relação entre eles – apesar de enrolada e irritante algumas vezes – é o que faz com que o livro se torne ainda mais divertido e mágico. O relacionamento entre Magnus Bane e Alec é outro ponto encantador, e extremamente bonitinho. É fascinante vez também a evolução do segundo, e a aceitação sobre sua sexualidade. É um amorzinho.


“- Você viu aquilo como estar ótimo? – Jace arquejou, um som que era quase como uma risada. – Devo ser um ator melhor do que eu imaginava. – Tinha um sorriso retorcido no rosto. Era um fósforo para o pavio de fúria de Clary: como ele ousava rir dela agora? Tentou pegar a vasilha de frutas, mas, de repente, não parecia o bastante. Chutou a cadeira para tirá-la do caminho e se jogou em cima dele, sabendo que seria a última coisa que Jace esperaria dela.

De uma maneira geral, a obra cumpre muito mais do que o esperado, se tornando uma leitura surpreendente.

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