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Resenha | E Viveram Felizes Para Sempre

18:12Ayllana Ferreira

FICHA TÉCNICA

Nome: E Viveram Felizes Para Sempre
Autora: Julia Quinn
Páginas: 256
Editora: Arqueiro
Sinopse: Alguns finais são apenas o começo...
Era uma vez uma família criada por uma autora de romances históricos...
Mas não era uma família comum. Oito irmãos e irmãs, seus maridos e esposas, filhos e filhas, sobrinhas e sobrinhos, além de uma irresistível matriarca. Esses são os Bridgertons: mais que uma família, uma força da natureza.
Ao longo de oito romances que foram sucesso de vendas, os leitores riram, choraram e se apaixonaram. Só que eles queriam mais. Então começaram a questionar a autora: O que aconteceu depois? Simon leu as cartas deixadas pelo pai? Francesca e Michael tiveram filhos? O que foi feito dos terríveis enteados de Eloise? Hyacinth finalmente encontrou os diamantes?
A última página de um livro realmente tem que ser o fim da história? Julia Quinn acha que não e, em E viveram felizes para sempre, oferece oito epílogos extras, todos sensuais, engraçados e reconfortantes, e responde aos anseios dos leitores trazendo, ainda, um drama inesperado, um final feliz para um personagem muito merecedor e um delicioso conto no qual ficamos conhecendo melhor ninguém menos que a sábia e espirituosa matriarca Violet Bridgerton.
Veja como tudo começou e descubra o que veio depois do fim desta série que encantou leitores no mundo inteiro.


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P.S: Já aviso que o post de hoje tá bem reflexivo sobre a saga inteira dos Bridgertons uhahehuae

“Alguns finais são apenas o começo...”

“Ficaram ali deitados durante algum tempo, o sol descendo suavemente sobre eles. Ela enterrou o rosto no pescoço dele e ele a abraçou, perguntando-se como era possível existirem momentos como aquele.Porque era perfeito. E ele teria ficado ali para sempre, se pudesse. E, mesmo não tendo lhe perguntado, sabia que ela sentia o mesmo” (p.153)

Ler algo bem escrito está entre uma das melhores sensações que já senti. Quando vejo uma construção de frases maravilhosa e sonora, surge um friozinho na minha barriga que é um dos sentimentos mais próximos de puro êxtase. É como comer o último pedaço de um doce que você estava doido para comer, andar descalço na grama, ver aquela pessoa querida que não via há tempo, ou simplesmente, ir no banheiro depois de muito tempo segurando (é um exemplo chulo, mas condiz com a realidade). Chega a ser pornográfica a sensação, e por mais que eu passasse horas descrevendo, nunca conseguiria chegar à magnitude desse sentimento, e nunca conseguiria descrever exatamente o que eu sinto quando leio algo que me fascina. Acredito que para cada pessoa, existe um autor ou estilo que o desperte isso, e para mim, Julia Quinn é nome da escritora que me desperta tudo isso e mais um pouco.

Acho que todo leitor deve se conhecer, sabe?! Saber o que gosta e o que detesta para direcionar suas buscas ao livro perfeito. Ainda mais porque ler obras que nos fascinam e encantam é muito bom, fora que faz com que relembremos motivos que fazem o hábito de ler tão bom.

Desde criança, eu sempre tive certo receio com livros de época. Nunca quis me aventurar em um romance do estilo. Eu acreditava que as histórias seriam sempre monótonas, e muito mais do mesmo. Porém, tudo mudou quando li Perdida da Carina Rissi. A partir daí, eu decidi que iria me aventurar no estilo, só não sabia muito bem onde começar. Tentei ler Orgulho e Preconceito, mas definitivamente, não foi uma boa escolha PARA MIM. Um pouco depois, vi O Duque e Eu em promoção. O primeiro livro da saga dos Bridergertons, e um dos livros mais famosos da Julia Quinn. Foi amor à primeira vista, ou melhor, amor às primeiras páginas.

A saga conta a história dos Bridgertons, uma família com oito filhos e uma mãe viúva disposta a encontrar o parceiro (a) ideal para cada um deles. Apesar de esteticamente semelhantes, cada um dos irmãos carregam peculiaridades e traços que os tornam únicos. Anthony, Bennedict, Colin, Daphne, Eloise, Frances, Gregory e Hyacinth são os nomes das peças, e personagens que com certeza se tornarão inesquecíveis.

Ao longo de cada livro, eu ri, sorri, chorei e me despedacei. Eu sonhei e tive meus sonhos frustrados. Vivi o drama de cada personagem, e desejei que o Felizes Para Sempre deles fosse o melhor possível. A saga é composta por 9 livros, e os oito primeiros contam a história de cada um dos irmãos. Embora pareça que as histórias sejam semelhantes e até mesmo repetitivas, não se engane querido leitor. Julia Quinn consegue criar traços e histórias únicas, que nos divertem do início ao fim. A cada final, eu sempre me pergunto: “Como alguém consegue criar e escrever algo assim?”.

De todas as autoras que eu já li, certamente, Quinn foi a que mais me fascinonou. Foi a primeira vez que eu gostei de todos os livros da saga, mesmo sendo tantos, e desejei fortemente estar naquela época e fazer parte daquela família. São tantas histórias e tantas emoções, que mesmo tendo terminado a saga, eu ainda penso em reler cada um dos livros novamente só para apreciar mais um pouco daquilo tudo.

“Ela era todo o seu mundo. Depois, tiveram filhos, e ela já não era tudo para ele, mas, ainda assim, estava no centro de tudo. Era o sol. Seu Sol, em torno do qual tudo de importante girava” (p.202)

Depois de terminar a saga, a autora fez algo extremamente mágico e bem pensado. Decidiu criar um livro para contar um pouco mais sobre o Felizes Para Sempre. Logo quando vi o título sendo anunciado pela Arqueiro, decidi que eu precisava daquele livro, precisava daquela chance de me despedir daqueles personagens que me acompanharam por anos. E foi isso que consegui, além de um pouco mais.

Se me pedissem uma palavra para descrever o último livro da saga, inquestionavelmente, eu escolheria N-O-S-T-A-L-G-I-A. São 9 contos, com direito à um conto especial sobre a maravilhosa Violet Bridgerton, a anfitriã e mãezona que conquistou o amor, e a preferência de quase todos os fãs. O impressionante que mesmo com tão poucas páginas, eu sofri com Simon ao ler a carta de seu pai, eu morri de rir com Kate e Anthony no Pall Man, torci pelo Feliz Para Sempre da Posy, desejei que tudo desse certo para Penelope e Eloise, quis que a Amanda tivesse o boy dos sonhos, quis com todas as minhas forças (foi a história que mais me emocionou) que a Francesa conseguisse ter seu filho com Michael. Desejei que Hyacinth achasse seus diamantes, que Lucy sobrevivesse ao parto, e que por fim, Julia Quinn pudesse criar um universo paralelo em que Edmund estaria vivo, presenciando tudo aquilo com seus amados.

De todos os contos, como disse anteriormente, o da Francesca e o do Gregory foram os que mais me tocaram de uma maneira íntima. O do Anthony foi o que me fez dar boas gargalhadas. Enquanto o da Violet, ele me despedaçou por completo... Mesmo sabendo o final, eu chorei litros, e desejei que as coisas pudessem ser diferentes.

“-Hyacinth – decidiu Violet. Jacinto em inglês. Era a flor preferida de Edmund, principalmente os pequenos jacintos-uva que apareciam a cada ano para saudar a primavera. Eles marcavam o renascimento da paisagem, e aquele jacinto – sua Hyacinth – seria o renascimento de Violet” (p. 243)

Como a própria magnífica disse, escrever após um Felizes Para Sempre é como criar um spin-off para as histórias, em que cada um dos irmãos tivesse a chance de reaparecer. E foi isso que ela fez em todos os livros, e reforçou esplendorosamente no último.

Mesmo eu, Ayllana Ferreira, uma pessoa que detesta spin-offs, não consegui não amar esse. São tantas histórias e sentimentos antigos sendo relembrados. É como retornar os livros anteriores. Aquele mesmo amor verdadeiro que era a essência da saga foi renovado. Conseguir rever também o amadurecimento dos personagens, posto que em cada obra, o principal da história sempre descobria quem realmente era, e descobria a sua própria maneira de ser feliz. Por último, eu consegui relembrar o porquê daquela saga ser a minha favorita.

Obrigada Julia Quinn por criar uma história tão incrível e tão inesquecível, e por me mostrar que Romances de Época são sim o meu estilo favorito.

“Edmund riu, uma risada alta, sincera e perfeitamente, esplendidamente calorosa. Ele estava tão feliz! E fazia Violet feliz. A mãe dela dissera que ele era muito jovem, que ela devia procurar um cavalheiro mais maduro, de preferência que já tivesse assumido seu título. Mas desde aquele momento encantador na pista de dança, quando suas mãos se encontraram e Violet olhou de verdade, pela primeira vez, dentro dos olhos dele, não conseguia imaginar uma vida com ninguém além de Edmund Bridgerton.Era era sua outra metade, aquele que a completava. Eles seriam jovens juntos e então envelheceriam juntos. Andariam de mãos dadas, se mudariam para o campo e fariam muitos e muitos bebês.Seus filhos não seriam solitários. Ela queria um monte deles. Um bando. Queria barulho e risadas e tudo que o Edmund fazia com que ela sentisse, acompanhando de ar fresco e torta de morango...”  (p.233)


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